quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A Nuca (Augusto Simões)






A nuca. Sim a nuca é algo inexplicável. É como um sensibilizador, o lugar onde tudo se inicia. Os olhos se observam, e aprovam o gesto. Dada a autorização, uma das mãos, levemente, sem pressa, vai ao encontro do rosto. Quem chega primeiro, é claro, são as pontas dos dedos que deslizam suavemente sobre a pele da bochecha. E de lá caminham até seu destino final. Ao passarem o médio, indicador e anular, algumas vezes também o mindinho, chega o polegar. Os três primeiros já estão por trás da orelha enquanto o polegar, fazendo-se de bobo, “tenta” livrar-se dos lábios para seguir o caminho dos outros dedos. Os lábios se movem, os olhos se fecham como num suspiro. O caminho está levando ao fim desejado. Já se pode sentir as primeiras curvas da nuca. O polegar torna a movimentar-se, de forma harmoniosa, pela face. As pontas dos dedos começam a se confundir com os cabelos. O menor dos dedos, num esforço tremendo, tenta alcançar a outra extremidade do pescoço enquanto, não mais só as pontas dos dedos, mas todos seus corpos penetram no espaço dos cabelos e se confundem com eles. A palma da mão toma o espaço que pode no pescoço. Aquecendo e acariciando este. Os lábios se encontram. Os olhos se fecham. Um corpo amolece enquanto outro o conforta, acaricia, deleita-se com o momento. Ambos se entregam ao gesto, ao momento, à tudo aquilo. Eis o beijo. Eis a nuca.

2 comentários:

Tata disse...

"Vixe maria"!!!!!!!!!!!!!


kkkkkk.

Gostei como descreveu esse mundo. A nuca.

Vixe maria de novo, vixe maria!!!! kkkkkkkkk

=p

D. disse...

caaaaaaaaaaaaarai...
qm tirou essa foto, hein??
rsrsrsrsrsrs

=P