quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Devaneios (Augusto Simões)

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Lá de onde vem todo vento da gente
Toda corrente de ar
Lá onde voam as aves carentes
De um ninho para pousar
Hora me sinto tão triste, sedento
Só porque não sei voar
Se bem que às vezes consigo se penso
Como é bonito sonhar

Lá de onde vem todo vento da gente
Toda corrente de ar
Lá se maquiam arco-íres e nem sempre
São fáceis de enxergar
De que adianta beleza tão pura
Se não consigo olhar?
Mas se o céu fosse todo às escuras
Que sol iria raiar?

Lá de onde vem todo vento cortante
Toda avalanche de ar
Lá tão incerto, inquieto, inconstante
Onde nunca quis estar
De um lado os raios, energia tremenda
Nada de se esperar
Penso que toda essa grande tormenta
Dá sentido ao acalmar

Lá onde falta o vento inocente
Que horas pode se culpar
Onde não sopram as brisas, correntes
Não existe o arejar
E eu reclamando de um ar tão presente
Como é que eu vou respirar
Se sem você, minha brisa cortante,
Só posso me sufocar

Lá de onde vem toda brisa da gente
A que nos faz respirar
Onde as tormentas que encontram-se quentes
Tentaram nos resfriar
E se lhe soprar as palavras ardentes
E seu arco-íris brotar
Sinto que após, se o ar nos pertence
Podemos nos refrescar
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